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Decididamente

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Categoria: dalton

Atualização: Sexta, 30 Julho 2010 00:06

Autor: Dalton Sponholz

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Existem momentos em que a gente toma uma decisão de risco. Grande ou pequena, você não sabe exatamente o que vem depois dela ou tem uma noção, ou então sabe dois ou três possíveis finais para a história que a tal decisão vai escrever, e arrisca uma escolha para ver onde é que ela vai dar. Pois olha, faz alguns meses um incidente aqui fez alguns vários litros de água invadirem o chão do meu escritório num domingo de manhã. Eu estava com visitas, foi um empenho arrastar equipamentos e móveis, tirar baldes de água na base do passar e torcer o pano-de-chão, e conseguir a menor quantidade de baixas possível diante deste confronto de equipamentos de escritório com um inimigo tão poderoso. O que isso tem a ver com tomar decisões? Bom, eu tinha um almoxarifado com várias caixas com parte de minha mudança que ainda não tinha encontrado um destino, e precisava escolher se retirava todas as caixas de lá e desmontava todas elas ou deixava secar onde estavam, já que somente o chão molhou. Prevendo prejuízos versus mais empenho, deixei tudo onde estava. Por meses.

Ah, quanta gente não faria o que fez se soubesse onde ia dar a decisão tomada. Sucesso hoje não começa com “passou na TV” nem “deu no jornal”, não mais... Agora é “bombou no Youtube”. Você sabe que o seu vídeo fez sucesso mais que pela quantidade de views pela quantidade de paródias, com rapazes e moças imitando você, algumas vezes fantasiados de Darth Vader ou de peruca rosa, pela quantidade de vídeos com músicas do tipo versão remix usando trechos dos seus diálogos, e se já existe aquele trecho do filme do Hitler reeditado com legendas usando as falas do seu vídeo. Mas quem faz o sucesso normalmente não está feliz com isso. O sucesso normalmente vem de gafes, de micos tomados. Quem passou por ele talvez tivesse tomado outro rumo se imaginasse pra onde iria o flagra, se tivesse noção de até onde ele chegaria.

Minhas caixas com minha mudança não foram parar no Youtube, mas se eu soubesse qual seria meu prejuízo teria tido outra postura com elas no dia da água. Ter alguns livros estragados, ou algum pertence mofado, daria pra encarar pra não enfrentar dois ou três dias de coisas espalhadas para secar. Mas a água pegou minhas fotografias. Todas elas. A história da minha vida em imagens. Tudo borrado, tudo apagado, só papel manchado. As fotos da minha infância, os lugares que visitei, as pessoas que conheci, as namoradas que tive. Delete all. Graças a Deus, descobri que a era analógica também conhecia seus backups. Existem os negativos de boa parte do que a água destruiu. Mas restore all, impossível. Babau.