EcoAldeia

Ermitã convicta depende de urânio radioativo

Sex

1

Mai

2009


18:39

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Um post do Dalton no blog da Aldeia chamou minha atenção para a bactéria D. audaxviator, uma critaturinha muito estranha, mas cheia de manha smile

Resolvi dar uma pesquisada e o que encontrei foi simplesmente surpreendente. Dá para imaginar um ecossistema composto apenas por UMA ÚNICA espécie biológica que não depende do sol (só de urânio), odeia oxigênio (morre se entrar em contato) e vive apenas de material inorgânico? Esta é a audaxviator.

A descoberta

Imagine o seguinte: um bando de pesquisadores resolve conferir se há sinais de vida, além dos mineiros, numa mina de ouro na África do Sul. Desceram quase três mil metros de profundidade (2.800 metros para ser mais exata) na mina conhecida como Mponeng, perto de Johannesburg. O que é que tem lá em baixo, perto do centro da Terra? Além de escuridão tem ouro (senão o baita deste buraco não teria sido cavado), gente maluca descendo até estas profundezas para buscar o tão cobiçado metal e... bactérias!

Desulforudis audaxviatorOs pesquisadores isolaram a D. audaxviator depois de coletarem milhares de litros de água da mina de ouro Mponeng. Esperavam encontrar uma porção de formas de vida mas, conferindo o material genético coletado, chegaram à conclusão de que 99.9% pertenciam a esta "nova forma de vida" encontrada. Analisando as condições, chegaram à conclusão de que a bactéria, que ainda não tinha nome, é capaz de sobreviver num habitat de onde tira sua energia não do sol, mas do hidrogênio e do enxofre liberado pela ação do urânio radioativo existente nas rochas. Vivendo sozinha, a D. audaxviator precisa produzir suas moléculas orgânicas por conta própria usando água, carbono inorgânico e nitrogênio da amônia encontrados nas rochas e fluidos ao redor - e isto tudo num ambiente de mais de 60°C de temperatura!

Analisando o DNA da bactéria, os pesquisadores chegaram à conclusão de que esta "nova" forma de vida nada mais é do que uma divisão das chamadas Firmicutes, que vivem na superfície da Terra, e que a audaxviator perdeu o contato com suas "primas" da superfície entre 3 a 25 milhões de anos atrás. Jovenzinhas, não é mesmo?

O nome da bactéria

Tullis Onstott, um dos cientistas pesquisadores, resolveu associar "sulfur" (enxofre) e "rod" (bastonete) para criar Desulforodis e indicar a forma da bactéria e sua habilidade de obter energia de sulfatos. E audaxviator? Dylan Chivian, outro pesquisador, achou a dica na história de Júlio Verne, "Viagem ao Centro da Terra", na mensagem do Professor Lidenbrock que diz "descende, Audax viator, et terrestre centrum attinges".

Fonte de referência

Bacteria Use Radioactive Uranium To Convert Water Molecules To Useable Energy.

Journey Toward The Center Of The Earth:One-of-a-kind Microorganism Lives All Alone.



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